quarta-feira

Futuro doce

"A criança, hoje, - abençoado solo arroteado que aguarda a semente da fertilidade e da vida - necessariamente atendida pela caridade libertadora do Evangelho de Jesus, nas bases em que Allan Kardec o atualizou, é o celeiro fecundo, que se abarrota de esperanças para o futuro."


Bezerra de Menezes Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desvirá dele. Pv 22:6. Muito é falado sobre educação e evangelização da criança nos tempos atuais, mas será que não vivemos e alimentamos velhos hábitos em nossas próprias casas, muitas vezes passados de pais para filhos?


Kardec escreveu que as crianças são espíritos que se apresentam no mundo com as vestes da inocência. Somos jardineiros de Deus, com solo limpo nas mãos e temos todo o adubo necessário... que grande responsabilidade temos em fazer brotar o amor e afastar as ervas daninhas!

Olhando para um bebê, entendemos que é uma fonte em expansão, que abastecida de amor irá emanar durante toda sua vida tudo que lhe é dado e ensinado, principalmente na infância. Todo carinho que lhe é dado, um sorriso, um gesto de amor, o aconchego no seio da mãe, tudo ficará gravado em sua consciência, da mesma forma que gestos de irritação, violência, impaciência, serão também registradas para o resto da vida, marcando-o profundamente.

Ao contrário do que muitos pais acreditam, bater não é uma manifestação de autoridade, mas de fraqueza. Sempre mostra o descontrole dos pais, diante de uma situação com a qual não estão sabendo lidar muito bem.

O melhor ensino é o exemplo, exercendo muito mais influência na criança que as palavras soltas. O famoso "faça o que eu falo, mas não faça o que faço" já não nos cabe mais, visto que sabemos claramente hoje que as crianças aprendem tudo pela observação, pela repetição de nossos atos. A criança mantém a porta do seu psiquismo aberta, haurindo avidamente as influências do ambiente; até quando iremos deixar que as nossas crianças, belas flores buscando o adubo para seu crescimento, suguem os valores equivocados da TV? As deixaremos ao léu, sendo levadas pelo consumismo e pela necessidade exagerada de cuidar apenas da aparência e das coisas materiais?


André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier nos ensina em “Conduta Espírita” que devemos “ver no coração infantil o esboço da geração próxima, procurando ampará-lo em todas as direções. Orientação da infância, profilaxia do futuro.” Temos em nossas mãos o poder para isto, mas não para dar tapas, e sim amparo. Um simples gesto de paciência, um pouco de atenção, é na maioria das vezes o que a criança agitada solicita, mas por falta de compreensão ou amor, é lhes dado erroneamente uma palmada.

Evangelizar com amor sincero, é criar caminho forte e protegido sobre as rochas, não deixando que os futuros adultos fiquem presos na areia movediça da ilusão. Já dizia a espiritualista inglesa, Annie Besant, que cada criança e cada adolescente representam planos de Deus encarnados na Terra e endereçados ao futuro.

Deixemos vir a nós os pequeninos, para que eles nos ensinem o verdadeiro amor descompromissado, abnegado e sincero que Jesus nos ensinou e que conseguimos ver e sentir simplesmente olhando para uma criança. Que a paciência seja nosso objetivo, diante da incrível energia que a criança jorra para que possamos conversar de igual para igual, com o mais puro e inocente amor. O amor é paciente; é benigno, sempre.

Seja o exemplo para uma criança hoje, para que ela seja o futuro doce de renovada esperança!

http://vouflorear.blogspot.com.br/

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