sexta-feira

O Livro dos Médiuns-por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires


Cap. 5 – MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS


82. O fenômeno de que tratamos são provocados. Mas acontece às vezes que ocorrem de maneira espontânea. Não intervém então à vontade dos participantes, e longe disso, pois se tornam quase sempre muito importunos. O que exclui, além disso, a suposição de serem efeitos de sua imaginação superexcitada pelas idéias espíritas é que ocorrem entre pessoas que nunca ouviram falar a respeito e quando menos elas podiam esperar. Esses fenômenos, cujas manifestações se poderia considerar como de prática natural, são muito importantes porque excluem as suspeitas de conivência. Recomendamos, por isso, às pessoas que se ocupam de fenômenos espíritas, coletarem todos os fatos desse gênero de que tiverem conhecimento, mas sobretudo constatarem cuidadosamente a sua realidade através de minucioso estudo das circunstâncias, para se assegurarem de não se tratar de simples ilusão ou mistificação(1)
83. De todas as manifestações espíritas, as mais simples e freqüentes são os ruídos e as pancadas. Mas é sobretudo nesses casos que devemos temer a ilusão, pois há muitas causas naturais que podem produzi-las: o vento que assobia ou sacode um objeto, algo que a gente mesmo está movendo sem perceber, um efeito acústico, um animal oculto, um inseto e assim por diante, e até mesmo brincadeiras de mau gosto. Os ruídos espíritas têm, aliás, características inconfundíveis, com intensidade e timbre muito variados. São facilmente reconhecíveis e não podem ser confundidos com os estalidos da madeira, o crepitar do fogo ou o tique-taque de um relógio. São golpes secos, ás vezes surdos, fracos e leves, de outras vezes claros, distintos, até mesmo barulhentos, que mudam de lugar e se repetem sem nenhuma regularidade mecânica. De todos os meios de controle, o mais eficaz e que não deixa nenhuma dúvida quanto à origem é submetê-lo à nossa vontade. Se eles se fizeram ouvir ao lado que indicamos, se responderem ao nosso pensamento dando o número que pedimos, aumentando ou diminuindo sua intensidade, não podemos negar a presença de uma causa inteligente. Mas a falta de resposta nem sempre prova o contrário.

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