segunda-feira

Frases de Chico Xavier

Deus Passei tanto tempo te procurando.


Não sabia onde estavas, olhava para o infinito, não te via.

E, pensava comigo mesmo, será que tu existe?

Não me contentava na busca e prosseguia.

Tentara te encontrar nas religiões e nos templos.

Tu também não estavas.

Te busquei através dos sarcedotes e pastores, também não encontrei.

Senti-me só, vazio, desesperado descri.

E na descrença te ofendi. E na ofensa tropecei.

E na queda senti-me fraco. Fraco procurei socorro.

No socorro encontrei amigos. Nos amigos encontrei carinho.

No carinho eu vi nascer o amor. Com amor eu vi um mundo novo.

E no mundo mundo novo resolvi viver. O que recebi resolvi doar.

Doando alguma coisa muito recebi. E em recebendo senti-me feliz.

E ao ser feliz encontrei a paz.

E tendo paz foi que enxerguei. Que dentro de mim é que tu estavas.

E sem procurar-te foi que encontrei.

Chico Xavier

Recomeçar

Não conserves lembranças amargas.


Viste o sonho desfeito.

Escutaste a resposta de fel.

Suportaste a deserção dos que mais amas.

Fracassaste no empreendimento.

Colheste abandono.

Padeceste desilusão.



Entretanto, recomeçar é benção na Lei de Deus...



A possibilidade da espiga ressurge na sementeira.

A água, feita vapor, regressa da nuvem para a riqueza da fonte.

Torna o calor da primavera, na primavera seguinte.

Inflama-se o horizonte, cada manhã, com o fulgor do Sol, reformando o valor do dia.

Janeiro a Janeiro, renova-se o ano, oferecendo novo ciclo ao trabalho.

É como se tudo estivesse a dizer : "Se quiseres, podes recomeçar ".



Disse, porém , o Divino Amigo que ninguém aproveita remendo novo em pano velho.



Desse modo, desfaze-te do imprestável.

Desvencilha-te do inútil.

Esquece os enganos que te assaltaram.

Deita fora as aflições inúteis.

Recomecemos, pois, qualquer esforço com firmeza, lembrando-nos , todavia, de que tudo volta, menos a oportunidade esquecida, que será sempre uma perda real...

Emmanuel


Lembremos que "Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho." - Jesus (Mateus, 9 : 16.)

sexta-feira

Poesia Espirita

NA ÚLTIMA HORA


                                          Luiz Pistarini
O anjo da morte entrara, belo e puro...

E, ostentando nas mãos um facho aceso,

Disse-me ao coração triste e surpreso:

-Pobre coração! É a ti mesmo que eu procuro!...


A memória rompera estranho muro.

A sós comigo, examine e indefeso,

Regressei ao passado e vi-me preso


Às ansiedades do caminho escuro.

Amores e ambições...penas e abrolhos...

E o pranto que jorrava de meus olhos


Banhou-me a fria máscara de cera.
Mas na sombra abismal do último dia,

Não chorava a existência que fugia;

Em vão, chorava o tempo que perdera...


Francisco Cândido Xavier. Da obra: Instruções Psicofônicas. Ditado Espíritos Diversos.

quarta-feira

Pratica do Bem

Entre as luzes e bênçãos que o Espiritismo estende com exuberância a toda a Humanidade, é de grande relevância o conceito do bem e do mal por ele preciosamente definido.


A prática do bem é a via que conduz a criatura à perfeição. Essa destinação é inexorável, todavia, é o próprio ser humano que terá forçosamente que edificar seu destino e perlustrar o longo curso evolutivo.
A Divina Providência dota o Espírito de todos os atributos e instrumentos necessários para alcançar esse objetivo, mostra-lhe o caminho, dá-lhe os meios de sustentar-se através do trabalho e do próprio esforço e ensina-lhe, nas trilhas do tempo, as artes de amar e servir para poder desfrutar plenamente das grandezas e das belezas do Universo.
Descerra-lhe o dever indeclinável de respeitar as leis naturais e agir em consonância com essas disposições. Jesus legou para a eternidade o sumário insuperável das obrigações humanas: “Amar a Deus e ao próximo.”

O Espírito, ao longo da evolução, encarnado ou desencarnado, às vezes se ilude, comete erros, engana seu semelhante. Mas as Leis Divinas não contêm falhas e ninguém se furta à Soberana Justiça. Todos nós a ela estamos infalivelmente sujeitos, independentemente do nosso entendimento ou da nossa ignorância.

Temos de progredir pela vontade do Criador, de arrepender-nos das faltas cometidas e de retificar e reparar nossos erros.

Desde o início de sua jornada a alma humana dispõe da liberdade de agir para o bem ou para o mal e pode contar com os atributos que lhe são peculiares para discernir, adiantar-se ou retardar-se no caminho.

As venturas ou desditas são de sua inteira responsabilidade. Devemos, assim, ter consciência de que o mal que nosso semelhante nos faz é conseqüência da Lei de Causa e Efeito ou, em última análise, resulta em nosso próprio benefício, de conformidade com nossa reação, sem exclusão da nossa obrigação de nos resguardarmos.

É relevante não esquecermos que as leis morais estabelecem que não basta abster-se da prática do mal, é imperioso o exercício do bem. (O Livro dos Espíritos, questão 642.)

Dentre todas as obrigações morais da criatura humana, o Divino Mestre ressaltou a de amar a Deus e ao próximo, sendo que a mais legítima manifestação de amor é a prática da caridade em todas as suas variadas modalidades, tais como o exercício do perdão.

Ela pode estar expressa no trato com o rico ou com o pobre, com o forte ou com o fraco, com o malvado ou com o bondoso, com a mão que pede ou com a que agride.

Algumas vezes se torna muito penoso perdoar com o coração, esquecer agravos e ofensas, banir da consciência mágoas e ingratidões. Por isso, tanto maior a grandeza do ser humano quanto maior a sua capacidade de amar, de servir, de ajudar, de perdoar. Tais regras se aplicam a todos, porque não existe quem seja tão poderoso que não necessite de alguma coisa, nem tão carente que não possa algo doar, mesmo que seja um simples gesto.

Nas etapas iniciais da nossa vida encarnada não temos a consciência precisa da finalidade da vida, nem muitas preocupações com a morte.

Somente mais vivência nos dá condição de avaliar ações praticadas, discernir melhor o bem e o mal que promovemos no curso da existência.

Jamais é cedo ou tarde para nosso arrependimento de faltas cometidas. Contudo, as vidas mais longas permitem melhores ensejos para o imprescindível arrependimento por deslizes cometidos, a fim de poder tornar possível uma reparação justa e um resgate necessário. A Divina Providência sempre nos dá a oportunidade de corrigir nossos erros.

O exercício do bem é uma via luminosa de progresso para a conquista da verdadeira felicidade.

Texto extraído da Revista Reformador. Abril/2005, p38.

terça-feira

A arte e a evolução do Ser

Nas Dores e Rudes Provações - Joanna de Angelis

SEJA - Sociedade Espírita Joanna de Ângelis
“169. É invariável o número das encarna¬ções para todos os Espíritos?


“Não; aquele que caminha depressa, a mui¬tas provas se forra. Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas,porqüanto o progresso é quase infinito.” (O Livro dos Espíritos).

Levanta o espírito combalido e avança na direção do bem que te convida à felicidade.

Quantos se demoraram no exame dos insucessos, recolhendo reproche e coletando amarguras,estão na retaguarda, em dolorosas lamentações.

Aqueles que colocaram a lâmina cortante da intri¬ga e da suspeita no coração, receosos de movimentos libertadores, continuam temerosos entre os que ficaram para trás.

Todos os que fizeram libações perigosas na taça do medo, encontram-se narcotizados, sem força para reagirem contra o mal, para seguirem intimoratos na direção daverdade.

Muitos que se ligaram à hipnose perturbadora da impiedade, que medra em vigorosas mentes desencarnadas, acumpliciaram-se com as hordas selvagens do Além-Túmulo,sucumbindo, inermes, sob tenazes rudes.

O medo como o arrependimento são ópio nefasto para a alma.

Como a censura é carro de cinza e lama, a tristeza e a taciturnidade são nimbos compactos ante o claro sol,dificultando a expansão da luz.

Não permitas quea névoa do cansaço ou a noite do desencanto povoem o país da tua alma com fantasmas que se desintegram ao contato da verdade.

Não os vitalizes,não os agasalhes.

O cristão decidido está entregue a Jesus, nEle confia, a Ele se dá. E se a dificuldade teima em persegui-lo, como se tomasse corpo e movimento, ele se arma com a oração e o amor, e avança.

Se a desordem reina, ele faz-se o equilíbrio de todos.

Se a dor impera,ele é a esperança de saúde para todos.

Se o desespero cresce ele é o porto de segurança onde todos se encontram.

Se o mal, em qualquer manifestação reponta, ele é o bem em representação atuante e vigorosa,ajudan¬do e confiando sem temor nem cansaço até o fim.

Não te deixes,portanto, abater, nunca. Lembra-te de que Jesus, podendo ter vivido cercado de bajuladores e comparsas, guindado às altas esferas do mundo entre prazeres e facéias, no gozo ilusório do imediatismo carnal, escolheu os recintos onde se demorava a dor, e para companheiros homens simples e corações problematizados, amigos atormentados e perseguidos, perseguido Ele mesmo, para logo depois de julgamento arbitrário e cárcere humilhante, seguidos de ignominiosa crucificação e obscura morte,alçar-se às excelsas planuras da Imortalidade, vitorioso e sublime, continuando a esperar por nós, pelos séculos sem-fim, nos infinitos caminhos do tempo.

Texto extraído do Livro “Espírito eVida”, psicografado por Divaldo Pereira Franco e ditado pelo espírito Joanna deÂngelis.

segunda-feira

PERANTE OS AMIGOS

O amigo é uma bênção que nos cabe cultivar no clima da gratidão.

Quem diz que ama e não procura compreender e nem auxiliar,

nem amparar e nem servir, não saiu de si mesmo ao encontro do

... amor em alguém.

A amizade verdadeira não é cega, mas se enxerga defeitos

nos corações amigos, sabe amá-los e entendê-los mesmo assim.

Teremos vencido o egoísmo em nós quando nos decidirmos a

ajudar aos entes amados a realizarem a felicidade própria, tal qual

entendem eles, deva ser a felicidade que procuram, sem cogitar de

nossa própria felicidade.

Em geral, pensamos que os nossos amigos pensam como pensamos, no entanto, precisamos reconhecer que os pensamentos

deles são criações originais deles próprios.

A ventura real da amizade é o bem dos entes queridos.

Assim como espero que os amigos me aceitem como sou, devo, de minha parte, aceitá-los como são.

Toda vez que buscamos desacreditar esse ou aquele amigo,

depois de havermos trocado convivência e intimidade, estaremos

desmoralizando a nós mesmos.

Em qualquer dificuldade com as relações afetivas é preciso

lembrar que toda criatura humana é um ser inteligente em transformação incessante, e, por vezes, a mudança das pessoas que

amamos não se verifica na direção de nossas próprias escolhas.

Quanto mais amizade você der, mais amizade receberá.

Se Jesus nos recomendou amar os inimigos, imaginemos com

que imenso amor nos compete amar aqueles que nos oferecem o

coração.



SINAL VERDE====ANDRÉ LUIZ

Filmes Espiritualistas

                                               www.saudadeeadeus.com.br/
A Corrente do Bem

. O Último Espírito

 A Profecia Celestina

 Os Outros

A Vida é Bela

 O Pequeno Milagre
 Amor Além da Vida

 Poder Além da Vida

Conversando com Deus

 Protegida Por Um Anjo

 Em Algum Lugar do Passado

 Quando os Anjos Falam
Em Nome de Deus

Um Amor Para Recordar

 Fernão Capelo Gaivota

 Allan Kardec: O Educador

 Irmão Sol, Irmã Lua

 Dr. Bezerra de Menezes - O Diário de Um Espírito

 Joelma 23º Andar + Extras

 Eurípedes Barsanulfo - Educador e Médium + Extras

 Manika: A Reencarnação de Uma Adolescente

 O Espiritismo: De Kardec aos Dias de Hoje

 Minha Vida na Outra Vida + Extras

 Suicídio Nunca

 Minhas Vidas com Shirley Maclaine

 Ressurreição - Raridade - Inédito!
 O Óleo de Lorenzo

 Os Órfãos

 O Pássaro Azul

 Giordano Bruno

O Sexto Sentido

quinta-feira

Espiritos falando

Por Celso Fonseca, Eliane Lobato E Ricardo Miranda Colaborou Eduardo Marini


A morte, para o católico São Paulo, era a “passagem para a vida definitiva”. O poeta grego Eurípedes escreveu que “morrer deve ser como não haver nascido”, enquanto o português Fernando Pessoa a considerava o grande “enigma”. Filósofos, pensadores, mestres como Goethe, Platão, Rimbaud, Byron, Mário Quintana, todos deixaram registrado algum tipo de entendimento sobre a única travessia supostamente sem volta. Mas e se pudéssemos mandar mensagens do lado de lá para cá? Muita gente acredita que falar com os mortos é possível – e alguns afirmam fazer isso cotidianamente. São os médiuns, os intermediários entre os espíritos e os homens. Há estudiosos, como a paulista Sonia Rinaldi, que empregam física, fonética, biometria e tecnologia digital para asfaltar a estrada que parecia interditada entre esses dois planos, o dos vivos e o dos mortos. A ferramenta, nesse caso, é a ciência e não a fé. Uma das maiores especialistas em Transcomunicação Instrumental (TCI), nome dado à gravação de vozes e até filmagem de pessoas que já morreram, Sonia comemora um marco em sua cruzada: o primeiro caso autenticado por um laboratório internacional de um contato com um espírito. O fato mais positivo de tudo isso é que, pelo caminho da ciência ou da espiritualidade, essas comunicações geram um conforto imensurável nas pessoas que buscam contato com os seus entes queridos. E dão respostas para muitas de suas inquietações.

Discípulo: Afonso, que conviveu com Chico Xavier, diz ter psicografado mais de 15 mil mensagens

Discípulo: Afonso, que conviveu com Chico Xavier, diz ter psicografado mais de 15 mil mensagens O caso estudado cientificamente por Sonia é o de Cleusa Julio, uma mãe como outra qualquer: não suportava a dor pela perda da filha adolescente, Edna, que morreu há três anos, atropelada por um carro enquanto andava de bicicleta. Dilacerada, procurou a Associação Nacional de Transcomunicadores, presidida por Sonia, e conseguiu estabelecer comunicação com a menina. Uma das conversas gravadas entre mãe e filha foi enviada há seis meses a um centro de pesquisas em Bolonha, na Itália, o Laboratório Interdisciplinar de Biopsicocibernética, único na Europa totalmente dedicado ao exame e análise científicos de fenômenos paranormais. Junto, foi encaminhada outra fita com um recado deixado por Edna, antes de morrer, numa secretária eletrônica. O resultado, que acaba de chegar, é um surpreendente laudo técnico de 52 páginas, cuja conclusão diz: a voz gravada por meio da transcomunicação é a mesma guardada na secretária eletrônica.

A mulher do jornalista Tim Lopes diz tê-lo encontrado incorporado em um médium

O chamado Caso Edna, revelado com exclusividade a ISTOÉ, tem o aval do físico Claudio Brasil, mestre pela Universidade de São Paulo que se dedicou nos últimos anos a analisar centenas de vozes paranormais. “Temos que abrir a mente e aceitar que a ciência não tem explicação para tudo”, diz ele. “É um trabalho puramente matemático, à prova de fraudes”, afirma Sonia, autora de sete livros, entre eles Gravando vozes do além, que detalha técnicas para contatos em outras dimensões. Em 18 anos de pesquisas, ela guarda 50 mil gravações em áudio com mortos. No início, usava um gravador. Hoje, as conversas são gravadas por telefone ou microfone conectados ao computador e, no caso de gravação e filmagem simultâneas, com o auxílio de uma câmera digital. Acostumada a trazer conforto aos outros, Sonia perdeu seu marido, Fernando, há um ano, vítima de câncer. Segundo ela, Fernando continua sendo seu mais ativo colaborador, agora do outro lado. “A dor se transforma em esperança”, emociona-se.

Prova: a pesquisadora Sonia obteve o primeiro laudo internacional confirmando a voz de um espírito

Sem a intervenção de médiuns ou videntes, mas apenas de tecnologia, a transcomunicação está, segundo seus praticantes, ao alcance de todos que queiram falar com algum familiar ou amigo que se foi. Em comum com o espiritismo, a certeza de que mortos podem se comunicar com vivos. A diferença está no meio para chegar ao outro mundo. Foi através do médium mais conhecido do País, Chico Xavier (1910-2002), que a família do ortopedista David Muszkat, 70 anos, encontrou conforto para sobreviver à perda do primogênito, Roberto. O jovem, então com 19 anos, foi vítima de uma fatalidade: sofria de bronquite asmática e teve um choque anafilático após pingar um remédio no nariz. Morreu em 1979. Desde então, foram 63 mensagens psicografadas por Chico. Judeu praticante, David só procurou o médium aconselhado pela amiga, a atriz Nair Bello, por causa de sua mulher, que sofria muito. Quando encontrou-se com Chico, ouviu: “David, a morte não existe, seu filho está bem.” Foi o começo de uma longa amizade entre o judeu cético e uma das figuras mais importantes do espiritismo. A primeira mensagem, em 1979, chegou na véspera do Dia dos Pais. A assinatura era muito semelhante à de Roberto. “Se foi uma mentira, foi a mais gostosa que ouvi. Se foi um teatro, foi o mais bonito que assisti. Ninguém trará meu filho de volta, mas as mensagens mudaram nossa vida”, diz David, que a partir das cartas do filho morto lançou um livro, Quando se pretende falar da vida, traduzido até para o italiano.

Revolução: o ex-marxista Lima reviu posições depois de presenciar “mortos falando”

Revolução: o ex-marxista Lima reviu posições depois de presenciar “mortos falando”

O banqueiro e médium carioca Luiz Augusto Queiroz, 49 anos, conta ter feito contato com vários espíritos. Mas um foi especial: seu próprio pai, Wellman, assassinado num assalto em 1989 no Rio de Janeiro. “Meu pai surgiu na minha frente e falou comigo”, afirma. O reencontro aconteceu três anos após a morte. Wellman foi o fundador do banco BRJ, hoje presidido por Luiz Augusto. Desde sua morte a família se angustiava. Ao vê-lo, o filho perguntou quem o matou. “Meu pai disse que isso não era importante. Era um carma se cumprindo.” Para os familiares, a mensagem foi um alívio. “Um dos mais significativos pontos dessa comunicação com o mundo espiritual é a confirmação da continuidade da vida”, explica Luiz Augusto, que preside o centro espírita Associação Padre Pio, no Rio de Janeiro.

“Antena”: Sérgio de Oliveira pesquisa a glândula pineal, que seria o “órgão sensorial” dos médiuns

O depoimento de Luiz Augusto confronta um mundo invisível, habitado por espíritos, à exatidão da ciência com suas idéias cartesianas. Esses dois universos sempre mantiveram uma enorme e irreversível distância. Mas hoje o que parecia inconciliável se mostra complementar. “Cientistas de renome, como Stephen Hawking, reconhecem que é pouco inteligente supor que a nossa realidade é a única expressão do universo”, diz a antropóloga Nara de Oliveira, professora e pesquisadora do Centro de Altos Estudos da Conscienciologia, em Foz do Iguaçu, Paraná. “A ciência física que conhecemos, dentro do paradigma materialista, não tem instrumental para estudar mecanismos subjetivos, como o espírito. Como trabalhar fenômenos extrafísicos com parâmetros físicos?” Nara trabalha na Enciclopédia da Conscienciologia, sob a coordenação do médico Waldo Vieira. “Temos no Centro a maior biblioteca do mundo sobre experiências fora do corpo.” O médico Sérgio Felipe de Oliveira, neurocientista com mestrado em ciências pela USP (Universidade de São Paulo) é idealizador do Projeto Uniespírito (Universidade Internacional de Ciências do Espírito) e estuda a mediunidade e os estados de transe. Defende em suas pesquisas que a glândula pineal – localizada no cérebro e que regula o ciclo do sono – seria o órgão sensorial da mediunidade. Segundo Sérgio, a pineal captaria informações do mundo espiritual por ondas eletromagnéticas, como “um telefone celular”, e as transformaria em estímulos neuroquímicos.

Queiroz diz ter conversado com espíritos, entre eles o do pai assassinado. “Ele surgiu na minha frente e falou comigo”

Queiroz diz ter conversado com espíritos, entre eles o do pai assassinado. “Ele surgiu na minha frente e falou comigo” O ambiente social hoje é mais favorável à diversidade em todos os sentidos. Nesse contexto, declarar que “qualquer pessoa pode sair do corpo físico e interagir com alguém que já morreu” não choca pelo inusitado. Ex-marxista, Ronie Lima, 48 anos, reviu suas convicções a partir das experiências que viveu no centro espírita Lar de Frei Luiz e tornou-se um pesquisador da espiritualidade. Nos livros Médicos do espaço e A vida além da vida, relata os fenômenos que testemunhou. “Presenciei mortos falando de três formas: através de incorporação em médiuns, de materialização ou de vozes.” Segundo o estudioso, a pessoa materializada volta “com o mesmo corpo, rosto e voz que tinha quando era vivo.”

Para a estilista carioca e médium Alessandra Wagner, viúva do jornalista Tim Lopes, executado e queimado por traficantes quando trabalhava numa reportagem na favela da Vila Cruzeiro, em 2002, para a Rede Globo, não há necessidade de prova científica para que tenha certeza do reencontro com o marido. Ela estava com o filho Diogo, então com 15 anos, quando, segundo conta, o espírito de Tim se incorporou num médium. “Era ele que estava ali. Tive uma sensação real, física. Senti a presença dele”, afirma Alessandra, que começou a freqüentar o Lar de Frei Luiz um ano antes da tragédia. “A doutrina espírita me deu capacidade de entender. A dor aprimora a gente. Foi nesse pior momento da minha vida que eu mais senti a presença de Deus.” Ela afirma desconhecer a revolta ou desejo de vingança. O encontro pós-morte que diz ter tido com o marido fortaleceu seus sentimentos. “Me senti amparada. E mostra que a gente está aqui de passagem”, reflete.

Talvez a última frase de Alessandra resuma o crescente interesse pela doutrina espírita: afinal, a vida não acaba aqui? A dúvida aflige mais as pessoas que têm maior escolaridade e renda, segundo os dados do censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000. Esse é o extrato predominante dos três milhões de espíritas registrados pelo censo no País. Mas, para além dos números oficiais, outros milhões de adeptos de outras religiões, no Brasil e no mundo, buscam caminhos científicos ou espíritas de comunicação com os mortos e sustentam um mercado literário próspero. São quase 200 milhões de livros vendidos sobre as possibilidades de vida e a interligação entre elas. O jornalista carioca Marcel Souto Maior escreveu três livros sobre Chico Xavier, que venderam 350 mil exemplares. Na última obra, As lições de Chico Xavier, conta histórias e questiona até que ponto é possível provar os fenômenos. “São muitas as suspeitas de fraude e de charlatanismo. É necessário checar tudo.

A ciência é empírica, mas pode ser contaminada pela fé”, alerta. As dúvidas começam quando a atividade vira uma caixa registradora. Não é o caso de Chico, que psicografou 412 livros, vendeu mais de 20 milhões de exemplares e reverteu tudo para instituições de caridade. Com 81 anos e quase cega, a carioca conhecida apenas por Dona Célia também poderia estar rica se cobrasse um real de cada pessoa que faz fila para participar das sessões trimestrais nas quais transmite as mensagens que recebe de pessoas mortas. Ela não cobra nada. Dona Célia reúne ciência e espiritualismo: é uma sensitiva que fundamenta o fenômeno de sua comunicação com pessoas “desencarnadas” através da física e da mecânica quânticas. Ao ser perguntada como seria isso, respondeu com novas perguntas: “Desejo ocupa lugar? Tempo ocupa lugar?” Diante da resposta negativa para as duas questões, afirmou que “desejo e tempo são campos quânticos” que os médiuns conseguem captar. Ela recebe pedaços de papel com nomes de pessoas. Leva-os para a casa e, à noite, vai para um quartinho escuro.

À medida que toca os papéis, se conecta com o espírito que quer mandar uma mensagem. É apontada com uma possível sucessora de Chico Xavier. Assim como o médium Celso de Almeida Afonso, 66 anos, que atua em Uberaba, mesma cidade mineira onde nasceu Xavier. Ao psicografar recados do “além”, Afonso diz sentir cansaço físico. “Receber seis cartas de filhos mortos é como parir seis filhos.” Ele diz ter psicografado cerca de 15 mil cartas, 90% delas de filhos para pais. “O espírito escreve com alegria, emoção. Serve para apaziguar o coração da mãe, do pai”, diz ele. E assim os mortos confortam os vivos.
 
http://www.alvoradaespirita.com/Cartas_Alem.html

quarta-feira